A recuperação de energia elétrica a partir do reaproveitamento de resíduos sólidos ganha mais um passo. É o que prevê acordo assinado pelo Ministério do Meio Ambiente junto com as associações Brasileira de Cimento Portland (ABCP), a Brasileira de Empresas de Tratamento de Resíduos e Efluentes (Abetre), a Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe) e a Brasileira de Biogás (Abiogas). As associações fazem parte da Frente Brasil de Recuperação Energética de Resíduos, constituída em 2020, na Semana do Meio Ambiente.
Com o acordo, a ideia é desenvolver o Atlas de Recuperação Energética de Resíduos Sólidos, uma ferramenta digital capaz de apontar regiões com maior potencial para investimentos nessa modalidade. Ou seja, locais com maior potencial onde o lixo pode ser transformado em energia. O acordo foi assinado na última segunda-feira (14).
A parceria entre Poder Público e iniciativa privada está prevista no Marco Legal do Saneamento, que prevê o encerramento dos lixões no país até 2024. De acordo com o Ministério do Meio Ambiente, já foram cadastrados 12 projetos no Leilão de Energia Nova, com um potencial para gerar energia elétrica a 40 milhões de brasileiros ao ano, a partir do aproveitamento energético de 15 mil toneladas de lixo por dia, totalizando mais de 5,5 milhões de toneladas ao ano que deixarão de ser enterradas.
"O Brasil neste ano vai fazer, graças ao programa de parceria do Ministério do Meio Ambiente e o Ministério de Minas e Energia, um leilão de 315 Megawatts, equivalente ao abastecimento de 10 milhões de residências a partir da energia gerada com os resíduos sólidos. É aproveitamento do lixo, dos resíduos sólidos, gerando energia para todo o Brasil", ressaltou o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles.
O presidente da Abrelpe, Luiz Gonzaga, destacou o potencial brasileiro para recuperação da capacidade energética dos resíduos sólidos. "Estamos trabalhando no sentido de erradicar os lixões do Brasil. O programa Lixão Zero, do Ministério do Meio Ambiente, é o precursor nessa situação. A capacidade que nós temos hoje instalada para a recuperação dessa energia, é o equivalente ao consumo de três estados do Nordeste: Rio Grande do Norte, Paraíba e Pernambuco."
Lixão Zero
O programa Lixão Zero foi lançado em abril de 2019, com o objetivo de melhorar a gestão de resíduos sólidos em todo o Brasil, por meio de repasses diretos, avanços regulatórios, acordos de logística reversa, educação ambiental e outras ações. É um meio para a implementação da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS).
Além de acabar com os lixões, o objetivo é também fortalecer o setor da reciclagem e gerar emprego e renda para os trabalhadores da área.
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