Coca-cola entra no mercado da reciclagem comprando PET

Funciona desde novembro, em Osasco (SP), um galpão de 3.000 metros quadrados do projeto SustentaPet...

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#MeioAmbiente POR PEDRO 16 DE MARÇO DE 2020

Funciona desde novembro, em Osasco (SP), um galpão de 3.000 metros quadrados do projeto SustentaPet, que compra embalagens PET pós consumo de qualquer origem e as vende para as empresas recicladoras de resina que fornecem as garrafas da Coca-cola.

O projeto quer regular a cadeia destes recicláveis, atuando em um de seus gargalos mais sensíveis. Para isso, faz pagamentos à vista ou no dia seguinte, mantém o preço fixo do material (R$ 2,3 o kg) e o fluxo de compras contínuo.

Assim, espera encurtar a distância entre o coletor e a produção de resina reciclada, diminuindo a atividade dos atravessadores de resíduos e aumentando a remuneração das cooperativas de catadores e de catadores individuais.

Em quatro meses de operação no primeiro galpão, foram coletadas 1,6 mil toneladas. A meta é atingir 12 mil toneladas em 2020 —mil toneladas por mês. A empresa está pesquisando cinco áreas em capitais do Nordeste e em Minas Gerais para instalar galpões semelhantes com a mesma finalidade.

A Coca-cola não informa quantos quilos de garrafas PET lança no mercado ao mês na cidade de São Paulo, o que permitiria saber a taxa de reciclagem que vai proporcionar com o projeto. O último dado disponível sobre a taxa de reciclagem brasileira de PET da Associação Brasileira da Indústria de PET, Abipet, é de 2015: 51%.

Um novo censo deve ser divulgado em breve, segundo informa a associação. O SustentaPET, segundo Thais Vojvodic, gerente de sustentabilidade da Coca-Cola Brasil, faz parte do compromisso global da empresa de coletar e reciclar 100% das embalagens -retornáveis ou descartáveis— de seus produtos até 2030.

"Em 2019, focamos nos retornáveis e agora, em 2020, vamos nos dedicar a melhorar a cadeia dos descartáveis", diz Thais.

O investimento da empresa com local, equipamento de prensagem e mão de obra foi de RS$ 2,5 milhões.

"A maioria dos catadores e cooperativas vende para atravessadores, porque esses têm fluxo de caixa. Com a SustentaPET queremos mudar as regras do jogo: comprar direto dos pequenos coletores, como carroceiros, caminhões, pequenas centrais, e vender para nosso fornecedor de resina. Queremos ser um player competitivo e nossa função é estratégica", afirma.

Para ser competitivo, afirma Thais, os preços são mais atraentes: de 40% a 50% mais altos que os praticados no mercado de recicláveis.

Para os catadores que não têm local para guardar material e nem transporte para levar o material coletado até o galpão, a solução é participar de uma cooperativa.

CATAKI

Também como parte das metas de destinação correta de embalagens, a Coca-cola investiu R$ 1 milhão em um upgrade do aplicativo Cataki, que foi lançado em 2017 pelo Pimp My Carroça, e que conecta quem quer descartar material e catadores ou pontos de entrega próximos, estabelecendo contatos por telefone ou WhatsApp.

O Cataki já teve mais de 200 mil downloads e tem 3.000 catadores -motorizados ou não— registrados em 540 cidades.

Na nova versão, segundo Thais, vão existir três interfaces diferentes: para gerador, catador e comprador, e o fluxo de informações de peso, localização e material pode ficar no próprio aplicativo.

"Nossa perspectiva é melhor a cadeia, com as cooperativas como catalizadoras do fluxo comercial e interligar grandes geradores de resíduos, como empresas, restaurantes e indústrias, aos catadores e aos compradores de PET pós consumo como a SustentaPET", diz.

A meta é dobrar o número de usuários, 400 mil, e chegar aos sete mil catadores cadastrados.

Fonte:Folha

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